Mobilidade urbana sustentável é tudo o que gira em torno da forma como nos deslocamos e transportamos coisas utilizando – ou não – meios de transporte com motor. Se misturam nesse conceito aspectos sociais, econômicos, políticos, ambientais e de acessibilidade na busca por soluções de mobilidade urbana.
Existem 3 pontos norteadores dessa discussão:
- O impacto na qualidade de vida das pessoas.
- A otimização dos deslocamentos e transporte de cargas.
- A saúde do planeta, principalmente devido à poluição atmosférica e seus desdobramentos.
O futuro é agora
O crescimento urbano no Brasil foi – e é – intenso. Com uma mudança expressiva na quantidade de habitantes e com pouco planejamento, o resultado é a mobilidade como um dos maiores problemas dentro das cidades. Além disso, o incentivo à compra de veículos particulares ao longo dos anos contribuiu para agravar os problemas de se ir e vir.
Pronto! Essa foi a fórmula para criar uma variedade de questões ambientais e socioeconômicas para serem resolvidas nos centros urbanos.
Para que a expansão das cidades se tornem mais sustentáveis, as políticas públicas somadas a iniciativas privadas e a sociedade precisam estar prontas para acompanhar esse processo cada vez mais rápido e dependente de tecnologia.
É um desafio enorme – e importante – gerir os recursos com o intuito de entregar benefícios para o bem-estar individual e coletivo, a melhora econômica e de infraestrutura e com responsabilidade ambiental.
Com urgência é preciso reduzir a participação dos combustíveis fósseis como matriz energética mundial, para o controle da poluição do ar. Mas também ter a possibilidade de não ser refém da oscilação dos preços do petróleo e dos impactos da sua extração.
Nesse sentido, as perspectivas social, ambiental e econômica sobre a mobilidade urbana estão conectadas e são o motor para o desenvolvimento de cidades inteligentes.
Possibilidades de ações
Políticas públicas que diminuam a veiculação de transportes particulares e priorizem o coletivo, algo que já vimos em grandes cidades como São Paulo com o rodízio de placas. Esta opção não é única, mas representa uma das alternativas com maior poder de atuação do governo. Nesse sentido, outro exemplo, são as caronas solidárias e compartilhamentos de veículos.
A caminhada e o uso da bicicleta, bem como outros meios de transporte não motorizados, despontam como as melhores opções para a redução significativa da emissão de carbono.
A troca dos veículos à combustão por veículos elétricos e híbridos. Espera-se que até 2030 os carros elétricos sejam a metade dos modelos produzidos e eles estão na cabeça de mais de 70% dos brasileiros como escolha de próxima compra, segundo o Instituto Big Data.
Sabemos que os veículos com motores elétricos representam uma menor emissão de poluentes. Mas estão longe de resolver o problema. A realidade é que apenas deixam mais lento o ritmo de poluentes na sua cadeia de produção. Duas grandes preocupações com a sustentabilidade dessa alternativa são: o ciclo de vida das baterias e a fonte de energia. Isso porque para gerar eletricidade, a dependência e uso de combustíveis fósseis ainda é predominante em todo o mundo.
Em todo caso, é necessário que o planejamento de infraestrutura, conscientização da população, políticas e programas de desenvolvimento no Brasil andem com o mesmo compasso. Assim como incentivos para adaptar a mobilidade das cidades enquanto ela se transforma.
Nesse momento de mudanças, uma alternativa forte para o futuro da mobilidade urbana sustentável é o uso de biocombustíveis. O etanol, biodiesel, biometano, bioquerosene e outros que estão presentes na matriz energética brasileira permitindo uma distribuição mais sustentável, competitiva e segura entre os combustíveis.
Por fim…
A expansão dos centros urbanos, da sua população e de veículos são determinantes para construir o futuro da mobilidade. As inovações tecnológicas já revelam os caminhos possíveis para um desenvolvimento sustentável no Brasil, destacando assim, a melhoria do transporte coletivo e o uso de biocombustíveis como os mais adequados.
Referências
Mobilidade urbana sustentável: conceitos, tendências e reflexões. Carlos Henrique Ribeiro Carvalho. Texto para discussão 2194. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Maio de 2016.
RenovaBio. Secretária de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Ministério de Minas e Energia.
Beté, T. de S., Conti, D. D. M., Mizutani, M. N. P., & de Oliveira, C. A. N. (2020). Veículos Sustentáveis para a Mobilidade Urbana nas Cidades do Futuro. International Journal of Professional Business Review, 5(2), 163–178. https://doi.org/10.26668/businessreview/2020.v5i1.169.